O produtor de eventos é o cara! Faz acontecer! Gestor que, sem participar de convenções de funcionários, sem executar dinâmicas para gestão de pessoas, sem implantar a cultura da empresa, constrói um mega evento em meses, com a participação de 500 profissionais, provenientes de 50 empresas diferentes. E, de fato, realiza festivais, eventos públicos, shows destinados à milhares ou mesmo milhões de pessoas. É portanto, um profissional mais que especial! Um "quebrador de galhos oficial", um administrador/solucionador de problemas em tempo real. No início dos anos oitenta, esse profissional surgiu proveniente de áreas diversas, e se estabeleceu em razão de características pessoais: empreendedorismo, liderança, habilidade com gestão de pessoas, e alguma competência em gestão financeira. Desde então, muito mudou. O aprender fazendo, testando e refazendo. Ou, a figura de um profissional esbaforido, correndo feito um louco no dia da estréia é coisa do passado. O mercado de cultura e entretenimento vêm crescendo sem parar desde então. E a profissão de produtor tem deixado, cada vez mais, de ser o lugar da possibilidade sem formalidade para se tornar um meio bastante profissionalizado. E, requer gestores habilidosos e com conhecimentos técnicos específicos. Há 10 anos, começaram a surgir os cursos de graduação e pós graduação no Brasil, e hoje passam de duzentos por todo o país. E, não é a toa que grandes grupos de comunicação resolveram criar suas próprias empresas de entretenimento. E, nessas empresas, não existe mais lugar para o sonho de um monte de garotos que começaram, por brincadeira, o movimento do trio elétrico que desembocou em uma das maiores festas de Carnaval do mundo. Os projetos, hoje, são planejados desde seu embrião. Muita coisa fracassa? Claro! Mas, a gestão do entretenimento e da cultura passou a ser feita com indicadores, avaliação de risco, planejamento orçamentário, equipe dedicada, etc. Afinal, estima-se que é um mercado que cresce 15% por ano no Brasil, e vai manter esta tendência nos próximos dez anos. E se traduz em oportunidade para lugares onde a matéria prima - conteúdo artístico - brota das ruas e das veias de seus artistas todo dia. Com tanto para mostrar e viabilizar, a Bahia precisa aproveitar essa onda e assumir seu lugar nesse negócio. Afinal, existe um conhecimento não sistematizado em produzir o Carnaval com 2 milhões de pessoas na rua, em realizar festivais com todas as tribos sem violência, em colocar o São João em diversas cidades ao mesmo tempo, e por aí vai, que deveria ser organizado, registrado, e exportado. Conhecimento empírico, testado e retestado que deveria ser apropriado pela Bahia, como qualidade e formação de terceiros, além de ser usado em tudo de novo que será criado na região. A Bahia já produz artistas que estão entre os melhores do país, e poderia gerar os melhores formadores, gestores, produtores e as melhores empresas de produção. Além de, é claro, continuar realizando - e gestando - grandes eventos de participação pública.